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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

1982 - Pra Frente Brasil tropeça na Censura


"Penso que um país que caminha para a democracia, firmemente conduzido pelo Presidente Figueiredo, que reiterou diversas vezes essa intenção, não deve temer o filme. Pra Frente Brasil não é um incitamento à derrubada da ordem vigente, pelo contrário. É um filme contra a violência, e acredito que todos os brasileiros sejam contra a violência. Somente por essa razão é que se caminha para uma democracia". Roberto Faria

O filme Pra Frente Brasil, de Roberto Faria, vencedor dos prêmios de melhor filme e melhor edição do Festival de Gramado de 1982, foi vetado pela Divisão de Censura, da Polícia Federal, no momento em que se expirava, por lei, o prazo de 20 dias para que o órgão emitisse seu parecer sobre a obra. O anúncio da interdição no Brasil foi feito pelo chefe do gabinete do Ministério da Justiça e presidente do Conselho Superior de Censura, Euclides Mendonça. Os censores, baseados no Decreto 20.496, de 24 de janeiro de 1946, alegaram o poder da obra em provocar incitamento contra o regime, a ordem pública, as autoridades e seu agentes. Era a primeira grande proibição política, depois da abertura.

Pra Frente Brasil foi o primeiro filme nacional a tratar diretamente, sem alegorias, da vida política no país durante os anos 70.
Os extremos na vida de um mesmo país

Reprodução de cena do filme Pra Frente Brasil. CPDoc JB 
 
No ano de 1970, em meio à euforia do milagre econômico, enquanto o Brasil vibra com a seleção de futebol no México, residências são violadas, famílias se fragmentam, destinos se interrompem. Prisioneiros políticos vivem as mais desumanas experiências de tortura nos porões da ditadura militar. É nesse contexto que Pra Frente Brasil retrata a peregrinação de uma família classe média que, em virtude do desaparecimento de um de seus integrantes (confundido com um ativista político) descobre uma outra realidade nacional na clandestinidade.

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