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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Budismo de Nitiren Daishonin

Os dez estados da vida
Os Dez Estados (Jikkai) indicam os dez estados que uma única entidade de vida manifesta com o passar do tempo. O fator principal na condição essencial dos Dez Estados é a sensação subjetiva experimentada pelo “eu” nas profundezas da vida.

1. Estado de Inferno (Jigoku): Na escritura “O Objeto de Devoção para a Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após o Falecimento do Buda”, Nitiren Daishonin diz: “A raiva é o estado de Inferno.”(The Major Writings of Nichiren Daishonin [MW], vol. 1, pág. 52.) Essa é uma condição em que a pessoa, dominada pelo impulso da raiva, é levada a destruir e criar a ruína para si e para os outros. Resumindo, esse estado é representado pelo sofrimento e desespero extremos.

2. Estado de Fome (Gaki): Consta na mesma escritura: “A ganância é o estado de Fome.” Essa condição é dominada por desejos egoístas e ilimitados de riqueza, fama e prazer, os quais nunca são realmente satisfeitos.

3. Estado de Animalidade (Tikusho): Essa escritura diz ainda: “A insensatez é o estado de Animalidade.” Nesse estado, segue-se a força dos desejos e dos instintos, sem ter sabedoria para controlar a si próprio.

4. Estado de Ira (Shura): “A maldade é o estado de Ira.” Estando consciente de seu próprio “eu” mas sendo egoísta, a pessoa não consegue compreender as coisas como são exatamente e menospreza e viola a dignidade dos outros.

5. Estado de Tranqüilidade (Nin): Na escritura “O Objeto de Devoção para a Observar a Mente Estabelecido no Quinto Período de Quinhentos Anos Após o Falecimento do Buda” consta: “A serenidade é o estado de Tranqüilidade.” Esse é o estado em que se consegue controlar temporariamente os próprios desejos e impulsos fazendo uso da razão, levando uma vida pacífica em harmonia com o meio ambiente e com as outras pessoas.

6. Estado de Alegria (Ten): “A felicidade é o mundo da Alegria.” É uma condição de contentamento e alegria sentidos quando a pessoa se liberta do sofrimento ou satisfaz algum desejo.

7. Estado de Erudição (Shomon): Os seis estados, do Inferno à Alegria, são manifestados por meio de impulsos ou desejos, mas são totalmente controlados pelas restrições impostas pelo ambiente e são também extremamente vulneráveis às circunstâncias instáveis. Por outro lado, o estado de Erudição é uma condição experimentada quando se empenha para conquistar um estado de contentamento e de estabilidade duradouro por meio da auto-reforma e do desenvolvimento. De forma concreta, Shomon é o estado no qual a pessoa dedica-se a criar uma vida melhor pelo aprendizado das idéias, conhecimento e experiências dos predecessores e contemporâneos.

8. Estado de Absorção (Engaku): Esta condição é semelhante ao estado de Erudição, uma vez que ambos indicam o empenho para a auto-reforma4. No entanto, o que distingue o estado de Aborção do estado de Erudição é que em vez de tentar aprender das realizações dos predecessores, tenta-se aprender o caminho para a auto-reforma por meio da observação direta dos fenômenos.

9. Estado de Bodhisattva (Bosatsu): Estado de compaixão em que um indivíduo devota-se à felicidade dos outros mesmo que tenha de fazer sacrifícios. As pessoas dos estados de Erudição e Absorção tendem a carecer de compaixão, chegando a extremos na busca de sua própria perfeição. Em contraste, um bodhisattva descobre que o caminho para a auto-perfeição encontra-se unicamente no ato de compaixão — de salvar as outras pessoas do sofrimento.

10. Estado de Buda (Butsu): Essa condição é alcançada quando se obtém a sabedoria para compreender a realidade máxima da própria vida, a infinita compaixão para direcionar constantemente as atividades para objetivos benevolentes, o eu eterno perfeito e a total pureza da vida que nada pode corromper. O estado de Buda é o estado ideal que pode ser atingido por meio da prática budista. Já que nenhum estado de vida é estático, não se pode considerar o estado de Buda como um objetivo final; ao contrário, essa é uma condição experimentada nas profundezas do próprio ser ao se empenhar continuamente com benevolência na vida diária. Em outras palavras, o estado de Buda aparece na vida diária como as ações de um bodhisattva — boas ações ou atos benevolentes5.

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4) O tratado diz: “É perfeitamente claro para nós o fato de todos os seres deste mundo serem transitórios.” (MW, vol. I, págs. 52-53.) Essa declaração caracteriza tanto o estado de Erudição como o de Absorção em que a pessoa tenta buscar algo eterno despertando para a impermanência de todos os fenômenos e a instabilidade das seis condições da vida desde o estado de Inferno até o de Tranqüilidade, ou os Seis Caminhos. Mesmo apesar de a pessoa objetivar os Quatro Nobres Estados (do estado de Erudição ao estado de Buda), isso não significa separar-se das seis condições inferiores. Os estados de Erudição, Absorção, Bodhisattva e Buda indicam o desejo e os esforços para reformar a si próprio ao mesmo tempo em que vive em uma sociedade e em uma civilização cheias de sofrimento e da maldade dos Seis Caminhos. Portanto, não são somente os eruditos as pessoas que se encontram no estado de Erudição; e os que estão no estado de Absorção não se limitam aos artistas, filósofos, etc. Ao sentirem satisfação com a simples busca da verdade na sociedade e nos fenômenos naturais, até mesmo os eruditos podem experimentar o estado de Alegria. Isso também é verdadeiro para os filósofos ou artistas. Quando os artistas sentem satisfação na busca da beleza, estão experimentando o estado de Alegria. No entanto, quando ao buscarem a erudição ou a arte eles visualizam as profundezas de sua própria vida e procuram compreender sua vida interior, estão experimentando o estado de Erudição ou de Absorção. Dessa forma, essas duas condições podem ser egoístas e limitadas, uma vez que estão voltados apenas para seu próprio aprimoramento e perfeição. Porém, quando, por meio da busca da arte e do aprendizado, os eruditos e artistas devotam-se a ajudar as outras pessoas a superarem seu sofrimento, dando-lhes coragem para viver e possibilitando-lhes que experimentem a alegria da vida, estão na verdade no estado de Bodhisattva.
5) As quatro características básicas do estado de Buda são representadas pelos quatro líderes dos Bodhisattvas da Terra — os Bodhisattvas Jogyo (Prática Superior), Muhengyo (Prática Ilimitada), Jyogyo (Prática Pura) e Anryugyo (Prática Firme). Ou seja, esses quatro bodhisattvas correspondem às Quatro Virtudes — Verdadeira Identidade, Eternidade, Pureza e Felicidade. A virtude de Jogyo pode ser considerada como a integridade absoluta e indestrutível do próprio ser. O Bodhisattva Muhengyo representa o estado de ilimitada liberdade por toda a eternidade. Jyogyo indica a absoluta pureza da vida em que a maldade ou a natureza egoísta é levada para um estado latente e inexpressivo. Anryugyo representa uma vida feliz e agradável de total realização.
Nitiren Daishonin é o Buda original iluminado eternamente para a verdade máxima ou Lei Mística desde o infinito passado de Kuon Ganjo. No entanto, sua atitude era a do Bodhisattva Jogyo, o líder dos Bodhisattvas da Terra. Num sentido mais amplo, todas as pessoas que praticam com firme fé o Budismo Nitiren agem como os Bodhisattvas da Terra, mas na realidade são filhas do Buda.

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